sexta-feira, 3 de junho de 2011

Onde minha carreira vai me levar?

Recentemente estive conversando com uma pessoa conhecida, que passa por um momento profissional sério. Pude ratificar minha opinião a respeito de construção de carreira, que de fato é como levantar um prédio: os primeiros blocos devem ser os mais sólidos, para suportar a pressão das próximas camadas. A estrutura inicial é fundamental, mas chega num ponto em que se pergunta: onde vou chegar?

A ONU realizou uma pesquisa há alguns anos e percebeu que, em 2020, os jovens não passarão, em média, mais do que 2,5 anos numa empresa. Significa que, durante o período de ouro da produção profissional (entre os 20 e os 40 anos), serão nada menos que 8 empregos diferentes. Dificilmente um retorno a um antigo posto de trabalho, mas durante esse período, conseguirão os trabalhadores manter o rumo da carreira?

Alguns pontos são importantes serem questionados: o perfil pessoal da Geração Y, suas aspirações profissionais, a constante e crescente automação dos processos, a escassez de líderes, o realinhamento das funções dos Recursos Humanos, a mudança na estrutura educacional. As empresas estão convencidas que, de fato, é preciso investir na retenção de grandes talentos enquanto jovens, e ajudá-los na definição de sucesso profissional.


Mas o que é que tem a ver essa situação com a minha conhecida? Ela está se aproximando perigosamente do "período de prata" da produção profissional (depois dos 40), conseguiu se manter durante muito tempo nas poucas empresas por onde passou, mas não conseguiu ainda definir o que é sua carreira, o que tem a oferecer ao mercado, e aquilo na qual ela dedicou a maior parte do tempo, está se tornando conhecimento obsoleto e, se um dia ajudou a resolver problemas, hoje é metodologia vencida. 

Hoje, pode-se perceber que houve falha na medição da capacidade de pressão dos blocos da base. Essa estrutura não tem como suportar o peso de estar alguns andares acima, e não há mais como retornar para a base e refazer o projeto.


Cabe aos profissionais que hoje compõem a Geração Y se dedicarem exaustivamente a conhecer, de fato, onde sua carreira vai levar nos primeiros anos da profissão. Não basta apenas conhecer o que se faz; se atualizar é uma obrigação, é um dever prioritário. O título deste blog "Treinamento é Coisa Séria" não está aí à toa. O objetivo de manter-se atento às tendências da sua profissão é fazer com que, anos depois, não apareça a necessidade de implodir tudo que se construiu, transformando essa estrutura em ruínas, dando lugar a outros blocos, mais sólidos, mais bem desenhados e preparados para a atualidade e para o futuro.


O mais grave de tudo é que a "nova estrutura construída" não pertencerá ao mesmo prédio: será outro prédio, mais novo, mais preparado, e quando estiver lá no alto, ninguém lembrará que um dia já houve naquele mesmo espaço, outro "alguém". Virou, literalmente, pó.

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